Free Shop
por Gisela Blanco
por Gisela Blanco
Imagine uma loja em que você pode pegar o que qui ser sem precisar pagar. Nada de dinheiro, cartão ou preocupações. Bom demais para ser verdade? Pois a Loja Grátis foi criada há quase um ano por amigos que se reuniam no projeto Domingo 9 e Meia, em Belo Horizonte. Organizavam debates, festas, exposições e, de vez em quando, umas ideias geniais. A da loja se materializou em uma sala emprestada pela administração do Mercado Novo, no centro da cidade. No local – meio abandonado depois de um incêndio que destruiu parte do prédio –, não há energia elétrica nem segurança. Mas entre as paredes grafitadas acumulam-se roupas, livros, filmes, obras de arte, material de escritório e um bocado de altruísmo. Inspirada nos give-away shops europeus, não é depósito de tranqueiras, mas lugar para praticar o desapego, passar adiante coisas bacanas que você não está usando. Iniciativa que tem tudo para ser repetida em outras cidades. Além de objetos, voluntários doam também seu tempo, cuidando da loja. Um mural na parede é espaço para anunciar doações maiores, como móveis, ou ainda serviços comunitários. O mais interessante é que a Loja Grátis não pressupõe troca. Quem pega um artigo não tem obrigação de deixar outro no lugar. “As pessoas que participam do projeto não são franciscanos. É gente comum que resolveu pensar além da lógica do consumo e do desperdício. Para que acumular tanta coisa em casa?”, diz Luther Blissett (nome fictício), um dos integrantes do coletivo Ystilingue, que também cuida da loja. Se você decidir fazer uma visita, a qualquer hora, é só entrar. As portas nunca são trancadas. Afinal, quem vai querer roubar uma loja que já é de graça?
Papel de caca
por Priscilla Santos
Quem acompanha as invenções para di minuir o uso de recursos naturais volta e meia abre um sorriso diante de uma ideia brilhante – mesmo que, a princípio, pareça de se jogar fora. Seguindo o exemplo de um projeto pioneiro do Centro de Conservação de Elefantes da Tailândia, a marca britânica The Great Elephant Poo Poo Paper fabrica papéis reciclados usando a fibra encontrada no poo (cocô) dos trombudos. Muito lógico: os elefantes digerem apenas 60% dos 130 a 270 quilos de comida que abocanham diariamente. Logo, eliminam todo dia cerca de 100 quilos de caquinha riquíssima em fibras vegetais, fonte de celulose, devido a sua dieta vegetariana. O material é coletado em centros de pesquisa de elefantes, lavado, esterilizado e misturado a outras fibras, como as da bananeira e do abacaxi. Depois, é seco e cortado em folhas que viram itens de papelaria. Parte do lucro é revertido ao estudo e preservação dos paquidermes. A ideia, que ainda impede o corte de árvores, vem se alastrando. Já existe papel feito da caca de ovelhas e renas do País de Gales, de ursos pandas da Tailândia e, em breve, da China. Até o cocô de cangurus foi testado na Tasmânia. Agora, a pergunta que não cala: e fede? Os fabricantes juram que não. Só se for aroma floral, como o de uma edição de outra marca britânica. “Agora podemos orgulhosamente alardear que somos a única companhia do mundo cuja caca literalmente cheira a rosas”, dizem.
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