Os pontinhos luminosos da cidade lembram um céu noturno
por Clarinha Glock
Quem mora em cidades grandes até perdeu o hábito de olhar para o céu à noite. As estrelas, que já foram fonte de inspiração para tantos poetas, filósofos e apaixonados, parecem cada dia mais longe da vista, mas basta se afastar um pouco do centro urbano para perceber a beleza do céu quando está recheado delas. É que o excesso de luminosidade das cidades está provocando o que os astrônomos chamam de “poluição luminosa”. Lâmpadas voltadas para o céu nos postes de rua e excesso de luz não só dificultam ver estrelas como causam um estresse a mais no ser humano e nos animais. Nádia Palacio dos Santos, que fez sua tese sobre o Direito de Ver Estrelas, conta que, em Chicago (EUA), pelo menos 30 arranha-céus localizados na linha de migração de algumas aves mantêm suas luzes apagadas à noite para evitar a morte dos pássaros, que são atraídos pela iluminação artificial e se chocam contra os vidros dos prédios. Em Porto Seguro na Bahia, há restrições para a iluminação nos locais onde há ninhos de tartarugas-marinhas – os filhotes ficam desorientados com a luz artificial e perdem o caminho de volta para o mar. Para evitar a poluição luminosa das grandes cidades, o governo brasileiro criou o projeto Reluz. A idéia é incentivar as prefeituras a mudarem a posição das lâmpadas, utilizando também as que gastam menos energia. Nem todas as prefeituras aderiram. Mas cada um pode fazer a sua parte, diminuindo a quantidade de lâmpadas acesas em casa, por exemplo. Para que o céu volte a ficar iluminado, e não no chão das cidades.
LIVRO Astronomia, Ian Ridpath, Jorge Zahar
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